quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Afinal o nosso Governo é Humano!

É comovente a preocupação que o nosso Governo tem para com o nosso bem-estar.
Contra a sua vontade (claro!), teve que implementar um aumento de impostos que quase chega a obrigar quem não tem rendimentos a pagar IRS. Eles não queriam, alguém lhes torceu o braço e eles, com medo, lá cederam ao Bully que os atormentava.
Para nos ajudar, é sua intenção impor a diluição de 50% dos dois subsídios pelo resto dos meses do ano de 2013 e, dessa forma, “suavizar o impacto da subida da carga fiscal”.
Obrigado! Muito Obrigado!
Dessa forma, nós, o teu povo burro, nem nos vamos aperceber que os impostos aumentaram.
Estou já a imaginar a conversa entre dois amigos:
Albano -  “Ò Jorge, afinal tanta conversa da oposição que os impostos iam subir e asfixiar o pessoal e estou a receber praticamente o mesmo. Cambada de mentirosos!”
Jorge - “ Os gajos querem é mama. Têm inveja do Coelho e querem ver se o lixam. O gajo é um porreiraço, está a tirar o país da crise sem foder o povo.”
Albano – “Tivéssemos nós mais destes. Olha, às vezes, quando o vejo de relance na televisão, o gajo até parece um anjo…”

Jorge - "Um anjo... o homem é masé um santo! São Passos Coelho! Que bonito."

Albano - "Olha lá, vais já para casa?"

Jorge - "Eu bem o evitava, mas desde que deixei de pagar o empréstimo da casa, tive que ir com a Maria e os miúdos para casa dos meus Sogros. E se não chego a horas para jantar, já nem o pão tenho para comer. E tu?"

Albano - "Eu ainda vou ali ao Shopping para ver a bola no ecrã gigante. Isto de não ter eletricidade em casa é fodido, mas o dinheiro não dá para tudo..."

Jorge - "Bem, vou andando que amanhã tenho que ir ao Centro de Emprego. E se não chego lá cedo, só sou atendido às tantas. E nunca se sabe que oportunidades de emprego posso perder."

Albano - "Então até amanhã, se Deus quiser."

Jorge - "Se Deus não, se São Passos Coelho quiser..."

Hoje é o primeiro dia do resto da nossa vida!

Hoje o país está de luto.
Ontem foi aprovado aquele que é considerado o pior Orçamento de Estado desde que somos uma nação democrática.
A partir de aqui já não restam muitas dúvidas de que vamos sofrer na pele as más decisões tomadas pelos diversos governos desde o 25 de abril de 1974.
Pessoalmente, culpo este Governo pela política adotada para fazer frente à crise que vivemos. Este Orçamento é da sua inteira responsabilidade, independentemente de haver memorando da troika que nos obriga a fazer sacrifícios.
Eu compreendo a necessidade de fazer sacrifícios e de todos termos que apertar o cinto para ajudar o país a recuperar economicamente. Já não compreendo que se sacrifique o povo em nome de um país!
Os papéis parecem-me claramente invertidos: o povo é que faz o país! Aliás, não há país sem povo. E o que este Governo está a fazer é tentar salvar a instituição Estado, sacrificando aqueles que justificam a sua existência (todos nós).
Chega de incentivar à emigração, de aumentar o desemprego, de aumentar o número de pobres e sem abrigo. Chegar de apertar a garganta aos reformados e tirar a comida da boca das crianças.
Não sou Gestor mas tenho a certeza de que existem alternativas às políticas adotadas.
Se um barco se está a afundar, será prudente fazer mais buracos no casco para o evitar?

Mas não os culpo só a eles:
Culpo todos os Governos que os antecederam! Rosa e Laranja têm competido arduamente pelo título da incompetência. Governaram a pensar em si e nos seus, a garantir o seu futuro e não o nosso.
Culpo todos os partidos que têm assento parlamentar! Todos, sem exceção, se preocupam mais com as filosofias e ideais partidários do que com o que é melhor para o país.

Parem para ver o que se passa à vossa volta! Pensem no mal que fazem àqueles que vos escolheram como seus representantes!
As políticas canibalescas com que têm governado o nosso país, mais tarde ou mais cedo vão virar-se contra vocês. Quando já não houver carne agarrada ao osso, também vocês vão passar fome.

É desta forma que podemos avaliar a inteligência daqueles que decidem o destino do nosso país. E o resultado é confrangedor e demonstra que somos governados por pessoas medíocres e vulgares. Se, na vossa ganância, comerem todas as sementes, não terão o que cultivar.

O pedido que faço é para, pelo menos, serem inteligentes a roubar e não matarem a galinha que nos dá os ovos para viver.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Rubrica Casa dos Segredos

Ora aqui está um  programa de televisão de que me orgulho de não ver. Mas nem por isso deixo de ter interesse pelo que lá se passa.

Quando, de manhãzinha cedo, dou uma vista de olhos pelas capas dos jornais, encontro sempre, num determinado jornal, um quadradozinho que faz alusão ao que lá se vai passando. E as notícias são de tal forma sugestivas que, mesmo para quem não vê o programa, faz disparar o nosso imaginário.

Ontem falavam do Fábio, da "Xana" e da Mara que andam em disputa sexual. Hoje a notícia quase me obrigou a criar esta rubrica.

"Bissexual da Casa dos Segredos assume que as mulheres dão prazer mais rápido", continuando depois por nos dar a vital informação de que Ana (a tal bissexual) prefere namoradas com peitos grandes.

Primeira conclusão que tiro desta notícia: a Ana é um gajo! Só um verdadeiro macho é que afirma que gosta de peitos grandes nas mulheres. Não fala da cor dos olhos, ou da inteligência ou da personalidade da "namorada", fala das mamas!!!

Segunda conclusão que tiro: a Ana é um gajo abichanado! O verdadeiro macho nunca diria que prefere namoradas, diria que prefere gajas com mamas grandes ou grossas bem tetalhudas.

E consigo tirar mais conclusões (é incrível, não é?):

A Ana nunca esteve com um homem antes! Qualquer mulher que tenha tido relações com um homem sabe que não há prazer mais rápido do que o do homem! Mais, o homem consegue ter prazer pelos dois, tal é a sua magnanimidade, e em tempo recorde (para não atrapalhar as lides domésticas).

Última conclusão: não há muito homens a ver a Casa dos Segredos! Que homem, no seu estado normal, iria votar contra uma Bissexual para sair de um programa onde pode ter acesso a imagens dignas dum canal 18?

Confesso que continuo sem o mínimo interesse em ver este programa pois estou convicto que perderia capacidade cognitiva se o fizesse, mas espero que os Jornais me continuem a brindar com estas pequenas relíquias para eu poder continuar a ter do que escrever.

Obrigado Casa do Segredos!

Ladrões em fuga!

Hoje, no CM, podia ler-se que “Dívida do Estado dispara 61 milhões por dia, texto que vinha acompanhado de foto de Gaspar.
Logo em baixo, em letras garrafais, está o seguinte título: “Ladrões perigosos fogem à PJ”.
Não sei se propositado ou não, mas este alinhamento é sintomático do estado da nação: há alguém a roubar impunemente o nosso país!
É verdade que os ladrões a que a notícia faz referência são de nacionalidade espanhola e venezuelana, mas também não é menos verdade que há muitos ladrões portugueses que fazem o que querem do nosso dinheiro e nem sequer são considerados fugitivos à justiça.
Para onde vai o dinheiro dos nossos crescentes impostos?
Onde está o buraco negro que suga 61 milhões por dia? Por dia! Não é por mês ou por ano, é por dia. Num país de 10 milhões de habitantes, isto equivale a dizer que cada um de nós está a gastar 183 € por mês de dinheiro que não tem.
Mas a ladroagem continua. Roubar não é um privilégio dos ricos, apesar destes o fazerem melhor que ninguém.
No DN vem escarrapachado que a “Lei protege milhares de fraudes na habitação social”. Há quem faça negócio às custas das casas que são cedidas pelos Municípios e garanta uns dinheiros extra à custa do Estado.
Será que realmente podemos condenar este tipo de ação quando o exemplo vem de cima? Quando, quem deveria dar o exemplo, é o primeiro a aliviar as nossas carteiras do peso (in)desejável do dinheiro?
Na minha opinião, podemos! Mais, devemos condenar todo o tipo de ação em que quem sai prejudicado é o Zé Povinho.
Tão culpado pela crise é aquele que rouba milhões como aquele que foge aos impostos ou vive do dinheiro alheio, sem autorização dos donos.
Os nossos políticos são a imagem do seu povo pois é daí que a maioria vem, do povo.
Se todos nós, durante estas últimas décadas, tivéssemos cumprido as nossas obrigações, não tínhamos dado azo a que outros abusassem e se sentissem no divino direito que nos enterrar até ao pescoço.
Somos um país de chico-espertos, em que é motivo de orgulho sair impune de crimes contra as pessoas e, em especial, contra a sociedade.
Inclusive, muitos dos que hoje choram, ontem estavam a roubar.
Infelizmente, é o país que temos…

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

O exemplo vem da África do Sul.

No DN vinha a notícia que ora junto:
“O Presidente sul-africano, Jacob Zuma, efetuou este fim de semana o sacrifício ritual de 12 vacas na sua aldeia natal de Nkandla, para invocar a proteção dos seus antepassados face aos seus rivais, antes do próximo congresso do ANC. “
O objetivo deste senhor é conseguir o apoio dos deuses para continuar a liderar o seu Partido e, consequentemente, o seu país. Jacob Zuma apela às tradições do seu povo numa altura em que é muito contestado e após ter sido recentemente acusado de ser mau governante e de roubar o seu povo para se favorecer a si e aos seus amigos.
Mas não escrevo esta crónica para fazer uma avaliação da governação do Presidente de um país que pouco ou nada me diz.
Escrevo porque acho que o ato levado acabo pelo dito cujo deveria servir de exemplo para as nossas práticas políticas em Portugal.
Obviamente com ajustes obrigatórios…
Em vez de matar 12 vacas, o nosso Presidente deveria sacrificar 9 bois, 2 vacas e 1 animal híbrido (há hesitações quanto ao género a que pertence) que, atualmente se encontram a pastar para os lados de São Bento e que, não servindo para mais nada, poderiam, pelo menos, ajudar a matar a fome da população.
Bonito, bonito, seria, no final, o próprio Presidente sacrificar-se em nome do seu povo e seguir o mesmo caminho desta ilustre manada.
Já que copiamos tantos exemplos estrangeiros, imitar este seria bom para todos…

É segunda-feira!

Mais uma semana que começa, mais uma semana que promete ser em grande para o nosso País.
Nesta manhã, ao dar uma olhadela nas primeiras páginas dos jornais, fui confrontado com um conjunto de notícias que me fizeram desejar que fosse domingo outra vez.
Além do natural sentimento de nostalgia pelo fim de semana que ora findou, sinto um peso enorme na alma pois não consegui encontrar uma única notícia que fosse agradável aos sentidos e me fizesse acreditar que esta semana será melhor do que as que passaram.
A partir do momento em que a melhor notícia que vi foi que o Fábio está a ser disputado pela Mara e “Xana” (!!!) acho que está tudo dito.
Mas que raio de notícia de primeira página! Pensando melhor, este foi o título mais deprimente que li.
Ao ponto que chegou o nosso jornalismo para esta merda estar na capa de um jornal diário. E quem é que são o Fábio, a Mara e a “Xana”? E porque é que “Xana” está escrito entre aspas e Mara não? É Mara nome de gente? E que raio interessa quem disputa o Fábio? E no fim ganham o quê? Um cagalhão embrulhado em cetim?
Fico deprimido por esta ser quase exclusivamente a única notícia que em nada afeta o meu futuro, quer profissionalmente, quer pessoalmente.
Todas as outras notícias fazem-me pensar em emigrar: “Antibióticos contaminam Solos”; “Setor Privado vai suportar os cortes salariais em 2013”; “Saiba onde investir o (último) 13º mês”; “ A sorte que é ter James”.
Enfim, uma segunda-feira normal…

domingo, 25 de novembro de 2012

O Diabo moderno chama-se Gadget!

Estamos a atravessar uma das priores crises económicas e sociais das últimas décadas! E apesar de nem sequer conseguirmos vislumbrar, a médio trecho, a salvação, continuamos a sentir-nos diariamente tentados por esse novo Diabo: o Gadget.
(Eu sei, eu sei, lá estamos nós a utilizar o nome inglês quando temos palavras portuguesas para o fazer. Mas convenhamos que se eu estivesse a afirmar que o novo diabo se chama Dispositivo!!! não teria o mesmo impacto)
Tal como o verdadeiro Diabo, também o Gadget tem outros nomes: Gizmo, Widget, Gimmick, Waldo :), e qual deles o mais assustador (brrrrrr).
Como qualquer boa tentação, esta aparece em formas bonitas, simples, sofisticadas e trás consigo a promessa de horas bem passadas e livres das complicações do dia-a-dia.
Telemóveis, Smartphones, Netbooks, Portáteis, Smart TV, Tablets, ebooks, ipads, uma lista interminável de engenhocas que têm como única razão de existir tentar-nos até que não tenhamos outro remédio senão ceder aos seus caprichos.
Confesso que ultimamente me sinto muito tentado a adquirir um desses Gadgets, mais especificamente um Tablet.
Ando a navegar pela net à procura dos melhores e mais baratos, a ver as características que melhor se adaptam às minhas necessidades. Ando pelas lojas a tocar-lhes, ainda um pouco a medo, como uma criança que vê um objeto brilhante e quer brincar com ele, mas tem receio de o estragar.
Faço contas e justifico na minha cabeça que as combinações preço/qualidade de alguns são ótimos negócios.
E já convencido falo com a minha mulher Sara (a quem chamo de "minha contabilista") para a persuadir de que não é dinheiro deitado fora, que é um investimento bom para o presente e, quiçá, o futuro.
E ela limita-se a perguntar: para que serve o Tablet? Eu gaguejo e tento encontrar nas muitas justificações que previamente concebi, uma que seja suficientemente convincente.
E não é que não encontro nenhuma razão que justifique, numa altura de incerteza económica, em que todo o dinheiro é pouco para garantir que conseguiremos passar incólumes este péssimo momento que Portugal atravessa, comprar um Widget!
Adorável como só ela, a Sara diz: nós não somos nenhuns miseráveis! Podemos comprar o Tablet e nem sentir falta do dinheiro que ele custa!
Mas aquela pergunta inicial funcionou como um exorcismo. Como se estivesse possuído por um ser estranho e diabólico, que dominava a minha mente e os meus desejos.
E liberto do espírito maligno que me dominava, encontro a resposta para dar à Sara: Não serve para nada! Pelo menos nada de importante e que faça diferença na nossa vida.
Como eu, imagino que milhares de outras pessoas se encontram possuídas por esse espírito diabólico, pois não encontro outra razão para o volume de venda de Gimmicks não ter diminuído em Portugal.
Não encontro outra razão para todos os dias saírem novos Gadgets que vêm fazer exatamente o mesmo que os que já cá estavam e o pessoal continuar a comprar.
Não encontro outra razão para os preços dos Widgets não baixarem e deixarem de transmitir a imagem para o exterior de que são uma relíquia dos deuses.
Este é o Diabo dos Tempos Modernos e não me parece que exista religião em condições de o combater, até porque alguns desses Gizmos nos ajudam a encontrar e a espalhar a palavra de Deus.

Contradição:
Tendo eu tomado consciência de que existe esta tentação e de que ela é maligna estarei eu livre dela?
Infelizmente não! Continuo cheio de vontade de comprar, de mexer, de navegar, de apanhar a pedrada que a posse dos Gadgets dá.
O que consegui com esta tomada de consciência foi ter paciência. Paciência para esperar que os preços desçam ou que o meu dinheiro aumente...
Waldo dum raio!

O primeiro post

Comecei a utilizar o meu outro blogue para escrever as palavras que me começavam a atormentar a mente e que faziam questão de saírem cá para fora.

Como o objetivo do meu primeiro blogue não é esse, decidi-me a transferir esses pensamentos e essas opiniões para um blogue criado especificamente para isso.

Mais uma vez, o que me fez demorar mais nesta tomada de decisão, foi o nome do blogue. Pensei em muitos e decidi-me por este que retrata quase na perfeição as minhas intenções.

Inclusive, dei-me ao trabalho de ir ao dicionário confirmar o significado de impertinente:

"Que fala, procede de maneira ofensiva.
Que é alheio ao assunto; inoportuno.
Que não tem relação com o de que se trata.
Rabugento, que tem mau génio.
Insolente: tom impertinente."

Espero conseguir ser isso tudo...