segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A Eutanásia Política

Todos os dias temos lido que a esperança de vida está a aumentar e que os custos com pensões são incomportáveis para o Estado. Todos os dias os teóricos políticos afirmam que tem que se aumentar a idade de acesso à reforma, aumentar os impostos das pensões ou aumentar a percentagem das contribuições para a Segurança Social dos trabalhadores.
Quando tanto se fala de reformas e do custo que cada pensionista tem para o Estado, penso que consegui encontrar a solução para tirar o país da crise: a eutanásia política (ou dos políticos).
Não tenho dúvidas do sucesso desta medida e do bem que faria às nossas contas públicas.
A eutanásia política teria duas fases de aplicação:
1ª – Limitar o acesso das pessoas a cargos políticos.
Hoje em dia é demasiado fácil ser político. Não é necessário ter nenhuma habilitação específica, basta ter bons amigos ou aparecer muito na televisão.
Deveria ser implementada a carteira profissional, tal como existia antigamente para outras profissões, como os canalizadores e os eletricistas.
Quem quisesse ser político teria que passar por um processo de recrutamento com testes físicos, psíquicos e de conhecimentos técnicos. Deveria ir para uma Academia onde teria formação específica e que faria a seleção dos mais fortes e mais capazes.
Se não permitíssemos que qualquer um fosse político estaríamos a contribuir para uma enorme redução do n.º de pensionistas. Não esquecer que basta estar dois mandatos na Assembleia da República (aproximadamente 8 anos) para ganhar direito a uma boa reforma.
2ª – Redução da Esperança de Vida dos políticos.
Quem tomasse a decisão de ser político teria que assinar um termo de responsabilidade que limitaria a sua esperança de vida aos 70 anos de idade.
Conseguindo formar-se na Academia política (sem recurso a equivalências), o futuro político teria que assumir que, chegado aos 70 anos, teria que deixar de existir. Ou morria, e teria um enterro com honras de Estado, ou, teimando em continuar vivo, deixava de receber o que quer que fosse do Estado.
Para os que optassem por ir ter com o Criador, existiria um Hospital especial (uma PPP), com pessoal devidamente credenciado, que ajudaria na travessia, realizando o ato misericordioso de os adormecer permanentemente. Seria, sem dúvida, um ato justificado pois iria acabar com o sofrimento de todos aqueles que foram/são vítimas das decisões políticas desses senhores.
Todos sabemos que ser político é ter acesso a uma vida melhor que a do comum cidadão. Ao longo da sua vida, o comum dos mortais tem que dar o litro no trabalho para o conseguir manter, tem que pagar as contas, fazer contas à vida, suar e preocupar-se constantemente com o seu futuro. Tem que viver com a incerteza de ter reforma e, lá chegado, tem que viver com os parcos fundos que gentilmente lhes são cedidos pelo Estado.
Já o político tem a vida bastante mais facilitada. Quer faça bem ou mal o seu trabalho, não sofre as consequências dos seus atos. Vive à custa dos contribuintes para pouco ou nada fazer, tem benefícios a todos os níveis e a única preocupação que tem ao longo da vida é escolher sempre os amigos certos, para o “safarem” na altura em que for apanhado a fazer algo ilegal.
Gaspar, espero que tenhas a oportunidade de estudar esta minha proposta pois tenho a certeza de que, com o dinheiro que se conseguiria poupar em pensões (olha o exemplo do Mário Soares que já andas quase nos 100 anos de vida), a sustentabilidade quer da CGA quer da Segurança Social, estaria garantida por mais dois ou três séculos.
Tudo para bem do país...

1 comentário:

  1. A brincar que o digas os resultados duma tal medida só poderiam ser positivos! Assim o Gaspar te ouvisse. ;-)

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