quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Finalmente, um Natal à nossa medida!

Parece que os portugueses estão, finalmente, a aprender alguma coisa com a crise que atravessamos.
A ser verdade o que vem publicado no CM, este ano estamos a gastar menos 87 milhões que no ano passado em prendas de Natal.
Eu sei que ainda é cedo e que mais pertinho da data as pessoas deixam-se levar pela emoção e não pela necessidade, gastando o que têm e não têm para que no Natal pareça não haver crise. Mas os sinais iniciais são positivos e, a manter-se a tendência, teremos um Natal à nossa medida, ou seja, mais barato.
Há já alguns anos que venho comentando que os portugueses, nesta altura do ano, gastam mais do que deviam. Na minha opinião, o Subsídio de Natal não existe só para as prendas, ele deve ser aplicado na poupança ou na liquidação de dívidas.
Há dois anos já estávamos em crise e as pessoas nem pensaram duas vezes em continuar a gastar. No ano passado, mesmo com a sobretaxa no Subsídio, as pessoas nem quiseram saber e toca a gastar.
Este talvez seja o ano em que novos e mais saudáveis hábitos de consumo serão adotados.
Ao contrário de algumas personagens ilustres do nosso panorama nacional, não acho que seja na carne que se deva cortar. Não acho que seja por comermos bife todos os dias que ficamos mais pobres, até porque a carne não é dos alimentos mais caros que temos no mercado. Por incrível que pareça, chegamos a pagar menos por carne picada (para 4 pessoas) do que por algumas peças de fruta ou legumes. E já nem falo do peixe, que é quase um artigo de luxo…
Voltando ao Natal, é aqui que devemos e podemos cortar despesa. O Natal deveria ser um momento de e para a família, uma altura para nos juntarmos todos e contarmos as histórias do ano que finda, aprofundando os laços que nos deveriam unir.
O Natal não deve servir como desculpa para consumirmos mais e mais, para comprarmos o que queremos mesmo que não precisemos disso para nada.
Comparo esta euforia natalícia com a embriaguez: quando estamos alcoolizados achamos que conseguimos fazer tudo e que não há consequências para nada. Quando o efeito do álcool passa, geralmente arrependemo-nos de tudo o que fizemos e temos que viver com as consequências dos nossos atos.
Quando o Natal acaba, voltam as contas dos tostões e continuamos a viver no país real, o da crise…

1 comentário:

  1. Há certamente quem sofra de consumismo agudo mas para muitos como eu (quando aí vivia) o Natal era o momento de folgar um pouquinho o cinto e alimentar o sonho... é que ao ponto a que (aí) se chegou alguns nem direito a sonhar têm!

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